Desde que os jogos eletrônicos existem, os jogadores sempre buscaram maneiras de se desafiar mais e mais. Talvez não os mais casuais, mas não são poucos aqueles que tentam conseguir todas as conquistas de um jogo, desafiar amigos para testar suas habilidades, terminar o game na dificuldade mais difícil ou com recursos limitados. E nessa linha de raciocínio, surgiram aqueles com um objetivo mais específico: finalizar o jogo no menor tempo possível. Nasciam assim os speedruns, “modalidade” que é mais complexa do que se imagina, da qual irei tratar um pouco nesse artigo.
Os speedruns não são feitos simplesmente do nada. Os chamados speedrunners, como são chamados aqueles que exercem a prática, estudam meticulosamente as mecânicas e possibilidades que o jogo, gameplay e cenário oferecem, a fim de descobrir a melhor forma - ou seja, a forma mais rápida - de se realizar o speedrun. Cada detalhe e cada milésimo de segundo faz diferença, por isso o estudo de como fazê-lo é tão importante. No momento de realizar e gravar as jogatinas, os speedrunners se utilizam de diversos recursos, dos quais falarei da forma mais didática e simplificada possível.
Glitches: um glitch nada mais é do que um erro ou falha na programação de um jogo. E se uma falha pode de alguma forma reduzir o tempo necessário para se avançar no game, ela com certeza pode ser utilizada. Glitches podem consistir em ações que vão desde atravessar paredes até dar super pulos ou conseguir uma super velocidade - isso quando não o são todas essas coisas ao mesmo tempo. No exemplo do video abaixo, o jogador completa Super Mario World em pouco menos de cinco minutos, com um glitch que o faz pular diretamente para os créditos do game.
Exploit: é o uso de uma mecânica que não se considera falha, pois está presente e prevista no próprio código do jogo, mas que de alguma forma dá vantagem ao jogador quando utilizada de certa maneira. Exemplificando, se em um jogo é possível ganhar mais velocidade abusando de uma mecânica que não é um glitch para ir por cima de uma parede que não deveria ser possível acessar, poderíamos dizer que isso é um exploit. Um caso concreto é no jogo Zelda: Ocarina Of Time. Nele é possível utilizar uma bomba para pular uma distância maior do que seria possível. Ao usar a bomba e segurá-la até que ela quase exploda e pular no momento correto, você conseguirá mais impulso. Perceba que a técnica não tira vantagem de uma falha do jogo, mas sim de mecânicas presentes nele próprio.
Sequence Break: consiste em pular parte da fase/jogo que não é necessária para se completar o objetivo. O sequence break pode ser realizado utilizando tanto glitches quanto exploits, ou mesmo ambos.
TAS: abreviação em inglês para Tool-Assisted Speedrun (Speedrun Auxiliado por Ferramentas, em tradução livre), é um tipo de speedrun no qual são utilizadas ferramentas oferecidas pelo emulador para obter os melhores resultados possíveis, os quais não seriam viáveis de se obter jogando-se normalmente. É com certeza o tipo mais técnico de speedrun. Os jogadores utilizam de savestates para repetir uma parte diversas vezes; diminuem a velocidade do jogo (ou mesmo o pausam frame por frame) para completar cada parte com a maior precisão possível, o que é chamado de slowdown e frame advance; monitoram variáveis do jogo para analisar coisas que não são tão óbvias de se perceber olhando para a tela do jogo de forma normal. Um TAS busca a perfeição no menor tempo possível. Uma diferença de milímetros ou de milissegundos é relevante para essa modalidade. Enquanto que nos speedruns em tempo real (sem a assistência de nenhuma ferramenta) o foco maior é tentar melhorar os recordes por competição, em TASes o objetivo é fazer um jogo chegar nos seus limites baseado no que é possível fazer e extrair dele.
Pode-se dizer que a primeira competição séria entre jogadores em busca do melhor desempenho surgiu com o jogo Doom, lançado em 1993, que possuía uma opção a qual permitia que os jogadores gravassem suas jogatinas. Comunidades do jogo criaram então sites especializados em competição para os quais os concorrentes enviavam os arquivos gravados e eram avaliados de forma mais “profissional”. Hoje em dia, possuímos grandes comunidades e competições até mesmo ao vivo das quais participam muitos speedrunners, e destaco aqui a famosa Games Done Quick, realizada nos Estados Unidos e que reúne speedrunners dos mais diversos jogos, sendo que as jogatinas são transmitidas via Youtube/Twitch. Uma dessas maratonas, denominada Awesome Games Done Quick, realizada em 2017, conseguiu juntar 2,222,934.52 de dólares com a competição, lucro esse que foi revertido para uma fundação americana que luta para detectar e prevenir o câncer.
Isso é só uma pincelada desse mundo presente no universo dos games, que é tão repleto de possibilidades quanto de jogos em si. E você, já pensou em fazer um speedrun?
Agradecimentos imensos ao grande amigo Tales, que é profissional no assunto e realiza speedruns, pela ajuda neste artigo. O video do topo é de sua autoria e mostra um speedrun do jogo Sonic Adventure DX. Canal recomendadíssimo, independente se você faz speedruns ou não, confira!
Sonic é muito legal esse arquivo e bom.
Faltou algumas outras formas do jogo acho, como bugs no próprio console
No exemplo do video abaixo, o jogador completa Super Mario World em pouco menos de cinco minutos, com um glitch que o faz pular diretamente para os créditos do game.
Parabens mano, gostei muito do seu artigo, poderia falar um pouco sovre os jogos de plataforma, eu amo eles
eu sei que fica no pc e chato mais e melho to que fica na rua isso ajuda as pessoa entete
Gosto imenso dos jogos e gostei dms este artigo
e ajuda vcs upa de level e muito bom serio artingo serio
serio vcs me ajudaram demais a upa isso fala tudo sobre esse jogo
agora eu vo aprende muito com esse artingo
joguei muito quando era criança e me deu boas lembranças lendo esse artigo